Um ano depois do ensaio lá estava eu, de esperança e paixão renovadas. Sabe quando você conhece alguém e sente que vai ser especial? Foi assim com ele, e a gente já tava junto há uns meses. Um relacionamento que foi se construindo aos poucos, sem afobação, sem aquela necessidade infantilóide de provar pro mundo “olha eu encontrei o amor da vida toda”, essas coisas. Aí eu pensei: agora vai! E planejei o meu tão sonhado grande dia dos namorados. Eu sempre achei praia um lugar muito romântico, a noite então... tem cara de bossa nova! Então lá fui eu pra casa dele (já que ele mora em copacabana), com direito até a canga na bolsa.
Acontece que ele resolveu ficar gripado, tava até meio febril. A gente até tentou, mas devido à lei de murph ou sabe Deus lá o que, resolveu ventar bem mais que de costume esse dia. Tivemos que abortar a missão: ele coitado, estava lá tentando entrar inteiro no casaco entre um espirro e outro, eu não sabia se segurava meu cabelo ou me agarrava nele pra não voar. Voltamos pro prédio dele e eu adimito que estava meio desolada. Ficamos ali mesmo num sofá aconchegante que tem no hall, ignorando que era um lugar semi-público. Foi ali que do nada, ele disse no meu ouvido “eu amo você”. Assim, tão do nada, tão despretensioso. Então eu me dei conta que a gente não estava fazendo nada, mas tinha tudo. E o meu “grande dia dos namorados” não chegou com sinos tocando, flores, caixa de bombom, ou qualquer outra coisa planejável e óbivia. Ele veio na simplicidade de três palavras, apenas três, mas que pra mim calaram o mundo.
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