- Vamos embora?
- Deixa só eu ir no banheiro antes.
Mas aí, descobri que o banheiro era um pouquinho longe e desisti. Afinal de contas eu nem tava apertada e morava a uns 10 minutos dali. Quer dizer, 10 minutos se o cara que resolveu me dar uma carona não tivesse errado o caminho, passado direto do túnel e ido parar lá no sambódromo justo no dia do show do Kiss – engarrafamento na certa. É nessa hora que o efeito psicológico bate né? Eu já tava até cantando mantra e tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse uma privada, mas não tava dando muito certo. E a partir daí foi Lei de Murphy atrás de Lei de Murphy.
O cara não me deixou na minha rua, e lá tive eu que ir andando, ou melhor, naquele esquema que toda mulher conhece bem de apertar o passinho sem abrir as pernas, até meu prédio. Quando cheguei nem pude acreditar, aliás vocês também não vão acreditar: tinha uma família inteira esperando o elevador, com direito à avó, filhos pequenos e até carrinho de bebê. Não dava pra mim, aliás não dava também pra ficar esperando ali com eles olhando pra minha cara e eu me contorcendo. Foi quando lembrei do banheiro do play, só não contava que tivesse hora pra fechar...
A essa altura, me contorcendo, quase dando nós nas pernas, tremendo, com telefone tocando, não tinha mais como segurar. Conhecem aquele ditado “relaxa e goza”? Então, comi go foi na base do “relaxa e mija”. Ali mesmo, no hall de trás do prédio, de calça jeans, sem nenhum peso na consciência. Foi a situação mais aliviadora e também mais pateticamente esdruchula da minha vida. Como nesse dia tinha caído uma tempestade, a roupa molhada pro pessoal lá de casa ficou por conta disso mesmo.
E esse é mais um capítulo da minha vida que só vocês vão saber...rs
Postado por Lê – mijona detect!